domingo, 22 de maio de 2011

Mestre Toinho

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Antônio Pereira de Souza.nasceu no Recife, no Alto da Serrinha, atual Alto José Bonifácio, região de Casa Amarela. Ali cresceu participando de brincadeiras, principalmente a ciranda, onde aprendeu a tocar tarol. E foi como "tarolzeiro" que recebeu o convite de um compadre para conhecer o maracatu Cambinda Estrela, na época comandado por Mestre Natércio. No Cambinda Estrela o sr. Antônio ficou alguns anos como tarolzeiro, indo depois tocar no Leão Coroado, de Luiz de França. Foi neste maracatu que começou a apitar os treinos, e que aprendeu a confeccionar os intsrumentos e outros artefatos usados nos maracatus. Segundo mestre Toinho, entre os bombos de Luiz de França havia um pequeno confeccionado de macaíba, e desta constatação veio a idéia de confeccionar bombos de macaíba para os maracatus. Do Leão Coroado mestre Toinho foi para o Elefante, da rainha Madalena, onde permaneceu até a morte desta. Participou do Indiano, de Zé Gomes e Carmelita, quando recebeu o convite de Mãe Ivanize para mestrar o maracatu que esta rainha estava formando: o Encanto da Alegria, acompanhando-a por onze anos, até o falecimento desta. 
Mestre Toinho se considera um mestre tradicional, e gosta dos maracatus como eles eram no passado, como ele aprendeu com Luiz de França, um batuque compassado. A formação do batuque de Luiz de França, se comparado aos formatos dos batuques atuais, pode ser considerado um batuque pequeno, constituído de doze alfaias. Para a época, era um batuque grande, pois Mestre Toinho lembra que os maracatus pequenos vinham com oito ou nove bombos, não mais do que isso. Para o mestre Toinho, se ele fosse o dono de um maracatu, mulher também não tocaria, tal como determinam os preceitos religiosos do Xango. Dessa forma, mestre Toinho insere-se na tradição dos maracatus das décadas de 1970 a 1990, quando os grupos começaram a crescer bastante e a introduzir importantes modificações.
É importante destacar que, na entrevista de Mestre Toinho, o tema da tradição aparece constantemente, mas ele nunca menciona a palavra, nunca precisa da tradição para se justificar. Ele a vive!


Mestre Toinho no Encanto da Alegria durante a gravação do Inventário Sonoro dos Maracatus Nação

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